Programas extras para ter em um Tablet com Debian

Bom, você já segue meu blog,  tem um Notebook conversível em Tablet, como o meu ThinkPad X200T, e seguiu algumas das minhas dicas de configuração aqui e curtiu meu script aqui. Agradeço o reconhecimento, mas ainda tem mais coisas que talvez você se sinta perdido (como eu já me senti) e voltou ao meu blog pois está procurando alguns programas e não encontrou. Portanto decidi fazer minha lista de programas imperdíveis para um tablet e programas bem legais.

Programas Imperdíveis

  • Xournal – Esse é um programa bem legal para fazer notas à mão (o caderno da faculdade). Não sei quanto à vocês, mas estudiosos já falaram que fazer as notas de estudo à mão aumenta exponencialmente a capacidade de memorização. No RWindows 7 existe algo parecido, chamado “Diário do Windows” (em inglês “Windows Journal”);
  • Avant Windows Navegator – Essa barra de tarefas com estilo MacOS é genial para criar um local para os lançadores de programas. Sua aparência e sua simplicidade no uso e configuração a colocam nessa lista de imperdíveis;
  • Stellarium – Um planetário de código aberto para o seu computador. Ele mostra um céu realista em três dimensões igual ao que se vê a olho nu, com binóculos ou telescópio. Ele também tem sido usado em projetores de planetários. Basta ajustar as coordenadas geográficas e começar a observar o céu!
  • CellWriter – Uma grade de painel de entrada natural de escrita (escrita à mão). Conforme você escrever caracteres para as células, a sua escrita é instantaneamente reconhecida. Quando você pressionar Enter no painel, a entrada que você inseriu é enviado para a aplicação como se tivesse digitado no teclado. Apesar de muito chato para “ensinar” sua escrita para ele, depois dessa aprendizagem funciona de maneira incrível.

Para diversão, sugiro:

  • Pingus – As pessoas com mais de 25 anos de idade e que tiveram uma infância informática como eu devem se lembrar do jogo dos Lemmings. Esse é um clone superdivertido, que utiliza pinguins no lugar dos famosos Lemmings.
  • Paciência AisleRiot – Diversos jogos de paciência (Solitaire) em um mesmo jogo. Freecel, Spider, MonteCarlo, entre outras tantas opções. Além disso, um visual super legal nas cartas.

Espero que gostem das minhas sugestões.



ThinkPad X200 T com todas as funções em GNU/Linux…

Ou quase isso!

A um tempo atrás, postei uma reportagem de como deixar o ThinkPad X200 Tablet funcionando com GNU/Linux (no meu caso Debian), com a maioria das funções funcionando. Esse post pode ser lido aqui. Mas não estava completo, porque ainda faltava fazer com que uma das funções mais legais (a transformação em tablet, girando a tela, e a rotação automática da tela conforme se gira o tablet), ainda não estava funcionando.

Passaram-se, então, 3 meses de pesquisa (tá certo, não foi uma pesquisa muito intensa, pois estava concentrado em minha nova empreitada profissional) e tentativasde aplicação de diversas sugestões de blogs, wikis, vídeos, usuários de Ubuntu, CentOS e outras tantas distribuições. Nenhuma efetiva, mas muito aprendizado foi possível.

Descobri que os módulos que esses dispositivos precisavam criavam diversos dispositivos no /sys/devices/platform, e comecei a colocar a cabeça para trabalhar. Percebi que seria necessário criar algo, que não seria trivial, mas que teria grandes chances de funcionar como eu queria. E mais, percebi que só conseguiria que funcionasse como eu queria se eu desenvolvesse algo para isso.

Como todos sabem, não sou programador, sou um mero administrador de sistemas GNU/Linux (com toda a modéstia que Deus me deu, posso dizer que sou pouco mais que bom no que faço). Portanto, de programação o que seu fazer é automatização de tarefas com Shell Scripts.

Nesta última semana espantei a preguiça e decidi fazer o script para automatizar essa tarefa. Já estava cansado de toda vez que transformava o note em tablet ou decidisse girar o tablet tivesse que apertar um botão. Ficou simples e de fácil compreensão, no entanto, consumia muito processamento, pois o encadeamento de condições que foi necessário estava sendo executado em tempo de processador. Um bug, resolvido facilmente com um sleep de meio segundo.

Vejam só que script interessante. Se quiserem desenvolver algo mais, a partir daqui, fiquem á vontade, só peço que se siga a GPL 3.

#!/bin/bash

## Created by: Luiz Guaraldo <guaraldo@universolivre.com.br>
## Created at: Tru Jan 24 22:15:35 BRST 2012
## Last Update: Tru Feb 8 09:30:15 BRST 2012

## Default screen mode for Swivel Down and Swivel Up [normal|right|inverted|left] and default VIDEO output
XRANDUP="normal"
XRANDDN="right"
VIDEO="LVDS1"

## Personal configuration can be put on home folder in .tablet.conf file.
if [ -f ~/.tablet.conf ]; then
 . ~/.tablet.conf
fi

## Get XSetWacom by XrandR rotation. Important to mantain toutch syncronization
case "$XRANDUP" in
 inverted)
 XSWUP="half"
 ;;
 normal)
 XSWUP="none"
 ;;
 left)
 XSWUP="ccw"
 ;;
 right)
 XSWUP="cw"
 ;;
 *)
 XRANDUP="normal"
 XSWUP="none"
 ;;
esac
case "$XRANDDN" in
 inverted)
 XSWDN="half"
 ;;
 normal)
 XSWDN="none"
 ;;
 left)
 XSWDN="ccw"
 ;;
 right)
 XSWDN="cw"
 ;;
 *)
 XRANDDN="right"
 XSWDN="cw"
 ;;
esac

## Starting position of Swivel (remember that this script just act when Swivel is DOWN)
last=0 # Tablet mode off
lastpos="$XRANDDN" #When on tablet mode this will be default screen rotation
position="$XRANDDN"

## Starting infinite loop
while :; do
 ## This file is 0 when Swivel UP and 1 when Swivel DOWN (tablet mode)
 now=`cat /sys/devices/platform/thinkpad_acpi/hotkey_tablet_mode`
 if [ $last != $now ]; then
 ## Turn on or off tablet mode
 if [ $now == 1 ]; then
 ## Turn on tablet mode
 /usr/bin/xrandr --output $VIDEO --rotate $XRANDDN
 xsetwacom set "stylus" Rotate $XSWDN
 xsetwacom set "cursor" Rotate $XSWDN
 xsetwacom set "eraser" Rotate $XSWDN
 else
 ## Turn off tablet mode
 /usr/bin/xrandr --output $VIDEO --rotate $XRANDUP
 xsetwacom set "stylus" Rotate $XSWUP
 xsetwacom set "cursor" Rotate $XSWUP
 xsetwacom set "eraser" Rotate $XSWUP
 fi
 ## Mark present mode
 last=$now
 fi

 ## Autorotation of screen when on tablet mode
 ## This file contain HDAPS position (indicates notebook rotation)
 position1=`cat /sys/devices/platform/hdaps/position | cut -d, -f1 | cut -d'(' -f2`
 position2=`cat /sys/devices/platform/hdaps/position | cut -d, -f2 | cut -d')' -f1`
 # This is a coordenate (rotation on X and Y axis)

 if [ $now == 1 ]; then ## On tablet mode?
 if [ $position1 -gt 350 ] && [ $position1 -lt 400 ] && [ $position2 -gt -525 ] && [ $position2 -lt -475 ]; then
 position="right"
 elif [ $position1 -gt 475 ] && [ $position1 -lt 525 ] && [ $position2 -gt -400 ] && [ $position2 -lt -350 ]; then
 position="inverted"
 elif [ $position1 -gt 625 ] && [ $position1 -lt 675 ] && [ $position2 -gt -525 ] && [ $position2 -lt -475 ]; then
 position="left"
 elif [ $position1 -gt 475 ] && [ $position1 -lt 525 ] && [ $position2 -gt -675 ] && [ $position2 -lt -625 ]; then
 position="normal"
 fi

 ## Just act when possition changed
 if [ "$position" != "$lastpos" ]; then
 ## Get XSetWacom syncronization
 case "$position" in
 inverted)
 wpos="half"
 ;;
 normal)
 wpos="none"
 ;;
 left)
 wpos="ccw"
 ;;
 right)
 wpos="cw"
 ;;
 esac
 xrandr --output $VIDEO --rotate $position
 xsetwacom set "stylus" Rotate $wpos
 xsetwacom set "cursor" Rotate $wpos
 xsetwacom set "eraser" Rotate $wpos

 ## Mark new position
 lastpos=$position
 fi
 fi

 ## Processor got hudge ocupation. 70% lass processor ocupation after sleep.
 sleep 0.5
done

Claro que criar o script foi só o primeiro passo. Agora precisava clocar para rodar automaticamente. Para isso, usei o início automático do GNOME (que é o gerenciador de janelas que eu uso), mas pode ser feito em qualquer gerenciador de janelas.

Para alterar o padrão de entrada e saída do tablet mode, basta criar um arquivo .tablet.conf no diretório home do usuário com duas linhas:

XRANDUP="normal"
XRANDDN="inverted"

Assim, ai iniciar uma nova sessão do gerenciador de janelas já estava tudo funcionando como eu queria… A rotação automática da tela só ocorre quando em Tablet Mode, ao entrar nesse modo a tela se vira da forma como eu queria (e não da forma padrão do script – que fiz seguindo o padrão que o software da Lenovo para RWindows tinha), enfim, cmo não existia o que eu queria, tratei de criar…

Espero que seja útil para todos. Postem comentários, por favor. Basta autenticarem com o Twitter.

Gnome Desktop da Coruja

Hn63Z em diversas faces!

Não é novidade para ninguém que tenho meu blog pessoal separado deste blog aqui. Também não é novidade que sou um usuário fervoroso de Debian e, nesse, da interface gráfica Gnome. Não é novidade, ainda, que gosto de criar um Desktop que chame a atenção de usuários daquele sistema lento e também dos usuários GNU/Linux (que muitas vezes até reconhecem as ferramentas que estou usando). Diante disso, desde que instalei o Debian no meu Notebook, tenho feito diversas melhorias.

Uma das melhorias que fiz foi aumentar a capacidade do disco. 160 GB em um notebook não é pouco espaço, levando em conta que um sistema operacional (por mais gordo e lento que seja) não ocupa mais de 50GB e que normalmente é o computador móvel e, portanto, secundário. Mas no meu caso, meu notebook se tornou meu computador principal, pois meus filhos tomaram posse do Desktop de casa,e começou a ficar meio apertado para os 40GB de música e outros 200GB de filmes que mantenho em meu disco.

Não apenas aumentei a capacidade de armazenamento, mas como o disco tem uma capacidade de cache que é o dobro do anterior, também se tornou mais rápido e ágil. Ainda mais com um sistema realmente 64 bits.

Bom, daí em diante foi apenas algumas coisinhas que já usava e alguma pesquisa por imagens na Internet e meu Desktop ficou com essa cara aí em baixo. Isso mesmo, a imagem de fundo fica trocando automaticamente. Muitos podem dizer: “grande novidade, eu fazia isso nos idos anos 1990 com um script em bash muito simples…” Outros podem dizer: “No Windows basta eu selecionar uma pasta de imagens para serem meu papel de parede… facinho!” E eu posso dizer que ambos estão corretos. O dos anos 1990 bem hutz, enquanto o do sistema lento é bem prático.

O desktop que o Hn63Z utiliza
Gnome Desktop, Avant Window Navegator, Screenlets e um pouco de suor...

Mas o que tem de novidade aqui é que o sistema que estou usando para trocar o papel de parede é interno do GNOME, e depende de um arquivo XML simples com 5 tags, como mostrado abaixo:

<background>
  <starttime>
    <year>2011</year>
    <month>04</month>
    <day>06</day>
    <hour>21</hour>
    <minute>59</minute>
    <second>54</second>
  </starttime>

  <static>
    <duration>595.0</duration>
    <file>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic01.jpg</file>
  </static>
  <transition>
    <duration>5.0</duration>
    <from>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic01.jpg</from>
    <to>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic02.jpg</to>
  </transition>
  <static>
    <duration>595.0</duration>
    <file>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic02.jpg</file>
  </static>
  <transition>
    <duration>5.0</duration>
    <from>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic02.jpg</from>
    <to>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic03.jpg</to>
  </transition>
  <static>
    <duration>595.0</duration>
    <file>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic03.jpg</file>
  </static>
  <transition>
    <duration>5.0</duration>
    <from>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic03.jpg</from>
    <to>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic01.jpg</to>
  </transition>
</background>

Claro que nesse GIF animado que coloquei aqui o tempo de apresentação de cada imagem foi acelerado para 3 segundos. No exemplo de arquivo de configuração acima, o tempo de cada imagem é de 10 minutos (claro, tira-se 5 segundos para colocar na transição).

Fiquei muito feliz com minha área de trabalho, espero que gostem também.

<background>
<starttime>
<year>2011</year>
<month>04</month>
<day>06</day>
<hour>21</hour>
<minute>59</minute>
<second>54</second>
</starttime>
<!– This animation will start at midnight. –> 

<static>
<duration>595.0</duration>
<file>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic01.jpg</file>
</static>
<transition>
<duration>5.0</duration>
<from>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic01.jpg</from>
<to>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic02.jpg</to>
</transition>
<static>
<duration>595.0</duration>
<file>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic02.jpg</file>
</static>
<transition>
<duration>5.0</duration>
<from>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic02.jpg</from>
<to>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic03.jpg</to>
</transition>
<static>
<duration>595.0</duration>
<file>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic03.jpg</file>
</static>
<transition>
<duration>5.0</duration>
<from>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic03.jpg</from>
<to>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic04.jpg</to>
</transition>
<static>
<duration>595.0</duration>
<file>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic04.jpg</file>
</static>
<transition>
<duration>5.0</duration>
<from>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic04.jpg</from>
<to>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic05.jpg</to>
</transition>
<static>
<duration>595.0</duration>
<file>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic05.jpg</file>
</static>
<transition>
<duration>5.0</duration>
<from>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic05.jpg</from>
<to>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic06.jpg</to>
</transition>
<static>
<duration>595.0</duration>
<file>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic06.jpg</file>
</static>
<transition>
<duration>5.0</duration>
<from>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic06.jpg</from>
<to>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic07.jpg</to>
</transition>
<static>
<duration>595.0</duration>
<file>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic07.jpg</file>
</static>
<transition>
<duration>5.0</duration>
<from>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic07.jpg</from>
<to>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic08.jpg</to>
</transition>
<static>
<duration>595.0</duration>
<file>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic08.jpg</file>
</static>
<transition>
<duration>5.0</duration>
<from>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic08.jpg</from>
<to>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic09.jpg</to>
</transition>
<static>
<duration>595.0</duration>
<file>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic09.jpg</file>
</static>
<transition>
<duration>5.0</duration>
<from>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic09.jpg</from>
<to>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic11.jpg</to>
</transition>
<static>
<duration>595.0</duration>
<file>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic11.jpg</file>
</static>
<transition>
<duration>5.0</duration>
<from>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic11.jpg</from>
<to>/home/guaraldo/Imagens/SnowyOwl/arctic1.jpg</to>
</transition>
</background>

FISL, Debian GNU/Linux e meu Note

O FISL é realmente impressionante, uma grande festa de nerds loucos por software livre. Em grande parte uma gama infindável de hackers loucos por codificação. No entanto já foi diferente… A uns anos atrás o FISL atraia muitos nerds, mas também muitos ativistas políticos culturais e sociais.

Não é para menos que, entre os visitantes ilustres de FISLs anteriores, ninguém menos que Lobão, Gilberto Gil, Manuela D’ávila, Maria do Rosário e, lógico que não poderia me esquecer, o grande “presida” Lula já passou por aqueles carpetes da mostra de soluções livres.

Esse ano a grade de palestras foi mais “qualificada”, como gostamos de dizer. Houveram muitos comentários positivos sobre a qualidade das palestras e a grande gama de assuntos abordados. Talvez o comentário positivo em cima da grade venha justamente por esse FISL ter sido o Fórum Internacional Software Livre mais técnico de todos os tempos.

O pouco que vi, uma palestra que envolvia métodos de comunicação do software livre (e aqui está se falando de comunicação entre seres humanos e não telecomunicação), apresentado pela Rochelle Prass, percebi que o público deste ano estava mesmo muito técnico…

Bom… na noite anterior ao início do Fórum tomei vergonha e achei que seria muita falta de critério chegar lá com meu TPX200T rodando Window$ 7, então passei metade da madrugada instalando o Debian Squeeze em sua mais nova release (6.0r2.1)…

No final da instalação, nenhuma novidade… Nenhuma das maiores maravilhas deste note funcionavam… Mas não é que com alguma pesquisa encontrei uma configuração no Xorg que fez funcionar perfeitamente a tela de toque e a caneta com botão direito e tudo. No mesmo tutorial, encontrei como fazer um pequeno script que poderia colocar um dos botões da tela para “flipar” a tela e outro para rotacionar em 90°. Claro que com a junção de ambos se consegue qualquer posição de tela. O sistema não chegou a ficar redondinho, ainda, mas está bem próximo disto.

Agora você deve estar se perguntando: “Caraca, mano, esse cara tá maluco? O que tem o início deste texto a ver com o meio? Parece papo de doido…” Mas não é… A questão é toda por aí… O FISL se tornou muito técnico. Diria mais, extremamente técnico… Nerds fazendo evento para Nerds… Isso, de certa forma, me deixa um pouco chateado.

Círculos fechados são legais, mas se queremos que o Software Livre se torne algo UNIVERSAL (e aqui estou falando de universal como de uso para todos, acessível para todos), não é apenas criando ferramentas assistivas a baixo custo, mas falando SIM de política e filosofia… Muita política e MUITA filosofia.

Vejam por mim… O que me fez ir atrás de resolver todos os problemas do meu Debian no meu TPX200T não foi uma questão técnica: fazer ou deixar de fazer uma função, saber ou não saber como configurar, usar uma função convencional ou elaborar uma estruturação toda nova. Nada dessas coisas me convenciam que GNU/Linux funcionava na tecnologia de ponta que meu note tem. No entanto, uma questão POLÍTICA e FILOSÓFICA mudou totalmente a situação…

Precisamos, urgentemente, retomar a função filosófica, política e social do Software Livre para evitar que ele se torne apenas uma escolha barata para quem não quer pagar pela licença do tio Bill ou usar pirataria. Mesmo porque a mídia está adorando ligar os Crackers que estão saindo invadindo sites do governo com os ativistas do Software Livre.

Palestras filosóficas, debates políticos e temas sociais podem desvincular o Software Livre de criminosos digitais e vinculá-lo positivamente com o humanitarismo, pois eu acredito que ser socialmente justo, tecnologicamente viável e economicamente sustentável é sim ser humanitário. É conseguir aliar a tecnologia para quem precisa e de forma justa e sustentável, é ser HUMANO.

Saindo da Liderança do Debian-RS… e o software livre?

Muitas pessoas estão achando que eu estou saindo da liderança do Debian-RS por causa do meu novo emprego na ViaFlow, mas não é verdade. Realmente eu fiz alguns treinamentos e estou como especialista em softwares da linha Lotus da IBM, mas é importante ressaltar que a IBM é um dos berços do Software Livre.

A linha de softwares Lotus é toda voltada a multiplataforma, baseado em Java, sendo homologada em Windows (até a versão 2008), RHEL 5.5 e SUSE EL 12. Tem uma versão do cliente Notes completo (incluindo o comunicador instantâneo Sametime e o pacote de escritório Symphony) homologado para Ubuntu 10.04, mas que funciona perfeitamente em Ubuntu 11.04 e Debian Squeeze. Isso mostra o grande respeito que a IBM tem pela liberdade de escolha de sistema operacional.

Infelizmente não tem como a IBM homologar seu software em um sistema operacional que não tenha uma empresa por trás, garantindo suporte e pagando pelos testes de homologação (devido a sua política de homologação), por isso creio que não tenha como homologar o sistema Lotus em Debian, que é o sistema operacional livre mais usado em servidores corporativos de empresas de pequeno e médio portes e do qual a IBM poderia tirar grande vantagem com a homologação.

Mas não pretendo abandonar o software livre. Acredito nesse sistema de desenvolvimento de software colaborativamente, acredito ser a maneira mais justa e mais viável para o desenvolvimento da humanidade como um todo, permitindo acesso à tecnologia por todos que assim desejem. Dediquei mais de 10 anos de minha vida ao Software Livre, e tenho certeza que foram 10 anos extremamente gratificantes.

Mas meus filhos estão crescendo, precisam de minha presença, minha esposa está precisando de um pouco da minha dedicação à ela também. Assim, decidi dedicar mais tempo à minha família, me dedicando ao software livre um pouco menos nos próximos anos. Não se trata de uma despedida, mas um pequeno afastamento por “motivos de força maior”…

Guardo muito carinho por todos que conseguem se dedicar tanto ao software livre como eu gostaria de dedicar meu tempo, mas infelizmente nesse momento de minha vida, preciso me dedicar aos maiores e melhores projetos que tenho (meus filhos).

Agradeço muito o apoio prestado a mim pelos amigos, e tenham certeza que guardo todos em meu coração.

LTSP5 em Debian Squeeze – Uma solução viável

A nova versão do Debian já está no forno, falta pouco para ser lançada – questão de alguns meses -, e vejo que essa, como as anteriores, será a melhor versão de Debian já lançada.

Pois é, todas as versões de Debian são as melhores já lançadas até seu lançamento, mas essa tem uma questão realmente interessante e muito forte: Velocidade na inicialização da máquina.

Recentemente fui contratado pelo Sindicato dos Bancários para efetuar a instalação e configuração de um sistema LTSP em substituição do existente devido a, entre outras coisas, reduzir drásticamente o tempo de Boot das estações (estavam levando até 3 minutos para inicializar) e alguns problemas com navegador Firefox em um sistema interno.

Bem, realmente a situação era alarmante. Parecia algo bem complicado, mas pensei bem e concluí: por que não? Afinal, conheço bem o sistema, conheço a estrutura do cliente e conheço os limites onde posso levar minhas exigências de carta branca…

Pois peguei o servço e decidi usar o Debian Squeeze, mesmo estando na fase testing, para ver o que daria em um ambiente de testes. Como era para testes preliminares, achei que poderia dar muitos problemas de estabilidade, mas me espantei ao ver como o Squeeze já está estável. E mais, rápido demais.

Nesse teste simples, tirando a questão de virtualização do meio, com Squeeze (o que não é o mais recomendado – usar um S.O. beta para um projeto de tamanha importância), reduziu-se o tempo de Boot das estações a, pasmem, 1 minuto e meio (isso mesmo, quase pela metade do que eles tem em produção), com uma performance de audio e vídeo excelentes.

Depois passei para a fase seguinte: Instalar dentro da virtualização para verificar se o ambiente continua estável, firme e ágil. Tendo isso testado e aprovado, acho que posso deixar a versão Squeeze já em produção (por minha conta e risco, pois sendo um sistema em desenvolvimento, extendi o suporte até 2 meses após o lançamento do Debian Squeeze).

O ambiente mostrou pouquíssima perda de performance. O Boot das estações ficou em pouco mais de 1 minuto e 40 segundos, o que é um tempo razoável perto do que eles tinham, e o tempo de logon não passou dos 30 segundos, ficando um pouco mais rápido que o sistema que eles usam atualmente.

No entanto, nem tudo são flores. O subsistema de utilização de pen-drives e CD-ROM remotos das estações apresenta um pequeno bug, já relatado e bem documentado, e não pude colocar o sistema em produção devido a isso.

No entanto, o sistema está rodando em paralelo ao sistema antigo, atualmente com 4 beta-testers (4 estações tirando proveito das melhorias, mesmo perdendo o uso dos pen-drives) e estou aguardando a correção do bug para atualizar o sistema e definitivamente colocá-lo em produção.

Em suma, o sistema Debian Squeeze já está um ótimo sistema para uso em estações de trabalho (meu computador de casa e meu notebook utilizam-no) e até em alguns servidores de menor complexidade e importância. Agora só faltam algumas correções e BUM, teremos a melhor versão de Debian de todos os tempos!

Um dia para comemorar o Projeto Debian

Debian Day Porto Alegre 2010Hoje ocorreu o Debian Day 2010 Porto Alegre, um evento um tanto intimista da distrubuição GNU/Linux Debian.

Com 17 anos de vida o Projeto Debian comemorou seu aniversário em Porto Alegre chamando amigos para um bate papo e ums sessão de “cinema” na Casa dos Bancários, sede do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre.

O evento iniciou-se com uma pequena abertura, com participação de Sady Jacques, Embaixador do FISL e sócio fundador da Associação Software Livre, e seguiu com minha palestra “Não sou programador, como posso ajudar o Projeto Debian?”, que explica o que é o projeto Debian, como ocorre seu desenvolvimento, apresenta alguns motivos que me levam a usar Debian e como que cada um, com seu conhecimento e sua vontade pode ajudar o projeto a continuar se desenvolvendo.

Na sequência, Sady Jacques foi o “dono do microfone”, criando um ambiente descontraído de conversa para falar sobre as necessidades dos movimentos de software livre.

Após um pequeno intervalo, André Felipe Machado entrou com um conhecimento mais profundo sobre sistemas de arquivos e como fazer um ajuste fino para obter a máxima produtividade, agilidade e performance em sistemas de arquivos mais usados em pequenas empresas.

Após o encerramento oficial, foi apresentado o filme ‘The Code’ legendado, um documentário de TV que apresenta o nascimento do kernel Linux, criado por Linus Torvalds.

O evento contou com 28 participantes, que receberão certificados de participação via e-mail em breve.

Gostaria de agradecer à Associação SoftwareLivre.Org por ajudarem tanto com a comunicação do evento e a presença da Rádio e TV SoftwareLivre, ao SindBancários por essa maravilhosa parceria que permitiu que o evento ocorresse em suas dependências, à comunidade TcheLinux que teve participação no evento e a todos aqueles que deixaram suas famílias nesse sábado frio para estarem nesse maravilhoso evento.

Debian Day Porto Alegre 2010 participe você também!

Este ano a distribuição GNU/Linux Debian completará 17 anos, a comunidade Debian através do GUD-RS (Grupo de Usuários Debian do Rio Grande do Sul) com apoio da ASL (Associação SoftwareLivre.Org) e do SindBancários (Sindicato dos Bancários do Rio Grande do Sul) realizará o evento Dia Debian 2010 na cidade de Porto Alegre.

Além de divulgar o projeto Debian por meio de palestras e do clássico InstallFest este evento também irá contribuir para levar até o público em geral a filosofia do Software Livre.

Flayer Debian Day Porto Alegre 2010
Flayer Debian Day Porto Alegre 2010

Migração não é fácil… mas quem disse que seria???

Pois é… Estou oficialmente contratado por tempo indeterminado pela APCEF/RS, a Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal do Rio Grande do Sul, e desde o início de novembro estou cheio de coisas para fazer com o novo servidor que a associação comprou.

Trata-se de um Dell PowerEdge T310 com processador Xeon QuadCore, 4 GiB de RAM, dois discos de 500 GiB em Raid e quatro interfaces de rede Gigabit Ethernet. Confesso que não é a máquina mais poderosa com a qual já trabalhei, mas, com certeza, é a máquina poderosa com a qual a APCEF/RS já trabalhou.

Assim que a recebemos, instalei um Debian Lenny x86_64 e iniciei as configurações de um servidor Samba simples. A idéia se modificou durante o mês de novembro e acabou se tornando um servidor de dados completo, sendo o principal servidor da empresa.

Meu prazo de entrega era no dia 20/11, mas devido a uma confusão e alguns eventos que precisavam de atenção especial de criação gráfica, a migração final atrasou em uma semana, sendo migrado neste último fim de semana. E aí chegamos ao título desta postagem.

Uma migração nunca é simples e, de maneira alguma, é simplesmente virar uma chave e tudo está funcionando no novo servidor. Por isso não se faz uma migração anual. Quando se prepara um servidor é para ficar durante anos… no meu caso, pelo menos 5 anos. Não que acredite que a máquina se manterá top por tanto tempo, mas acredito que se deve utilizar todo o tempo de vida da mesma a serviço da empresa, antes de poder passar por uma nova situação desta.

O problema maior desta situação é o momento em que ocorreu… Explico: um administrador de redes recém chegado, especialista em infra-estrutura de redes, encontra uma rede que está funcionando de maneira aceitável e decide que é necessário melhorar. Isso já é motivo para criar tensão entre os colegas. Mas para piorar, a migração muda levemente o fluxo de trabalho, facilitando para alguns e gerando incômodo temporário para outros.

Mas pessoas que usam a informática muitas vezes não percebem que a situação incômoda é temporária e que após esse momento o sistema torna-se mais estável e confiável. E aí surgem problemas de relacionamento… Bochichos sobre a pessoa e sua competência, veneninhos que se espalham como baratas pelo ambiente, escondidas e maliciosas, que podem derrubar um profissional competente que ainda não tem a confiança da diretoria.

Felizmente não foi o meu caso. Em apenas 3 meses consegui cativar um nível de confiança da diretoria que permite que tais incômodos não sejam um empecílio para a manutenção de meu cargo. Também devo acrescentar que nesse trabalho estou bem assessorado com um colega que ajuda muito na pronta solução de dificuldades e com apoio junto à diretoria.

Nos últimos 3 dias, passei a maior parte do tempo arrumando configurações em máquinas, acertando coisas que todos precisavam com muita urgência, pulando de máquina em máquina acertando a prioridade de cada um. Não foram dias fáceis… mas quem disse que seriam, né?